O professor Carlos Salema, professor emérito do Instituto Superior Técnico, foi esta segunda-feira, 28 de junho, galardoado com a Medalha de Mérito Científico, em reconhecimento do seu contributo em prol da Ciência. A condecoração foi entregue ao docente do Técnico pela ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, no âmbito do “Ciência 2021 – Encontro Nacional com a Ciência e a Tecnologia”.
Tal como anunciado no momento da entrega da medalha, o professor Carlos Salema “destacou-se pela investigação no âmbito das radiações eletromagnéticas, nomeadamente das micro-ondas e dos feixes hertzianos nas suas diversas aplicações à comunicação”. Neste reconhecimento também não foi esquecido o seu papel enquanto fundador e líder do Instituto de Telecomunicações (IT).
Numa reação breve, mas sentida a esta medalha concedida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o docente do Técnico assume que se sentiu “muito honrado” com a distinção que dedica a “todos os alunos e ex-alunos e a todos os colegas que ajudaram a por de pé o Instituto de Telecomunicações”.
A medalha de mérito científico destina‐se a galardoar as individualidades nacionais ou estrangeiras que, pelas elevadas qualidades profissionais e de cumprimento do dever, se tenham distinguido por valioso e excecional contributo para o desenvolvimento da Ciência ou da cultura científica em Portugal. No total, foram 18 os galardoados deste ano.
Carlos Salema doutorou-se em Engenharia Eletrotécnica no Queen Mary College da Universidade de Londres (1972) e agregou-se no Técnico (1978), onde lecionou no Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) até 2003, ano em que se jubilou. Ao longo deste percurso teve a seu cargo as disciplinas de Sistemas de Telecomunicações.
Desenvolveu investigação em antenas de microondas, com particular ênfase nas antenas dieléctricas, na propagação de microondas na atmosfera em presença de superfícies rugosas, na redução de redundância em imagens fixas e em movimento e na simulação, em computador, de processos industriais, nomeadamente aplicados à movimentação e armazenamento de cereais.
Recebeu, em 1974, o Prémio Marconi, do Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE) e em 2009 o Prémio de Carreira da URSI.
Além da docência e da intensa atividade de investigação, trabalhou como consultor na Hidrotécnica Portuguesa nas áreas de Telecomunicações e Computadores ( 1966-1986), foi diretor do Centro de Cálculo do Técnico (1983-85), presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, INICT, (1986-89), presidente Adjunto para os Assuntos Pedagógicos do Técnico (1993-96) e presidente da Assembleia de representantes da Escola (1996-2002), e claro- e como já referido – do Instituto de Telecomunicações (1993-2003).
É professor emérito da Universidade Técnica de Lisboa desde 2011, e membro da Academia de Engenharia, à qual também já presidiu.
Em 2019, assumiu o cargo de presidente da Academia das Ciências de Lisboa.