A capacidade de inovar, a vontade de criar uma solução para um problema e de conquistar o mercado são traços comuns em todos os trabalhos que ano após ano se candidatam aos E.Awards. Apesar do ano atípico tudo isto se multiplicou, batendo-se o recorde de projetos finalistas do desafio. Nesta que foi a 3.ª edição dos E.Awards@Técnico foram 16 as equipas que disputaram o Pitch Final, que se realizou no passado dia 16 de dezembro.
O presidente do Técnico, professor Rogério Colaço, abriu o evento realçando a importância deste prémio de empreendedorismo. “Para o tipo de formação que proporcionamos aos nossos estudantes, estes eventos são centrais para o que é a visão que temos para o Técnico, e para as pessoas que saem do Técnico e depois nas suas vidas profissionais têm a oportunidade de usar aquilo que aprenderam nesta comunidade”, afirmou o professor Rogério Colaço.
A cerimónia dos E.Awards@Técnico 2020 decorreu pela primeira vez em formato online, conquistando ainda assim uma vasta audiência. Ficaria a cargo do vice-presidente para as ligações empresariais e operações, professor Pedro Amaral, a moderação da sessão, dando a palavra a cada um dos grupos finalistas. Em apenas 3 minutos, as equipas deram a conhecer de forma clara e apelativa as suas soluções, a proposta de valor que lhe está associada e o plano de negócios que elaboraram. Apesar do nervosismo que invadiu quase todas as apresentações, o entusiasmo que irradiava em cada palavra conseguiu dar mais nas vistas, suscitando o interesse e a curiosidade dos jurados e da audiência.
Os projetos apresentados traziam soluções disruptivas para vários problemas de diversos sectores. Ao longo das mais de duas horas de duração do evento, foi possível conhecer: uma solução que permitirá fornecer uma experiência de televisão inteligente e personalizada ao utilizador; uma plataforma que permite aos estudantes deslocados alugar móveis de forma totalmente remota; uma caixa portátil para guardar e higienizar as suas máscaras faciais reutilizáveis; uma plataforma que liga os melhores especialistas em saúde mental e as pessoas que deles precisam foram apenas algumas das ideias; entre outras ideias extremamente criativas e úteis.
O projeto “Go No Go” seria o vencedor desta 3.ª edição, arrecadando o valor pecuniário de 2.000 euros financiados pelo Santander Universidades para desenvolver a sua ideia de negócio. Diogo Roque, Pedro Fulgêncio, Peer Johansen e Maria João Fragoso são os alunos do Técnico por detrás da ideia vencedora. O inovador projeto pretende agilizar e automatizar o processo de desinfeção dos tapetes rolantes dos supermercados, sobretudo nestes tempos de pandemia em que esta esterilização tem que ser feita de forma permanente. Através do dispositivo instalado nos tapetes rolantes e que recorre a tecnologia de luzes UV-C, os jovens empreendedores prometem não só eliminar os agentes patogénicos destas superfícies, como também poupar tempo aos colaboradores dos supermercados.
Além deste projeto, foram ainda distinguidas com duas menções honrosas mais duas ideias: “Wavean” e “Forgetting Dementia”. Os grupos de alunos que desenvolveram os projetos arrecadaram individualmente 500 euros, patrocinados pela Armilar Venture Partners, também para aplicação nos respetivos projetos.
A equipa do”Forgetting Dementia”concebeu um dispositivo de apoio à memória de pessoas com casos ligeiros da Doença de Alzheimer e de demência, que permitirá aos utilizadores fazerem o reconhecimento facial, ou obterem lembretes diários. O dispositivo é muito semelhante a uns óculos comuns e está ligado a uma base de dados virtual, e promete fazer a diferença na vida destes pacientes, assim como dos seus cuidadores.
O projeto “Wavean” está ligado a uma área distinta, mas igualmente importante: a recolha de lixo urbano. Com o dispositivo desenvolvido e que deverá ser instalado nos camiões do lixo, a equipa pretende otimizar as operações de recolha de resíduos urbanos. Com esta solução os operadores do veículo são informados em tempo real acerca da lotação da capacidade do veículo e de quais os percursos mais lógicos e eficientes a seguir nas recolhas que se seguem.
O painel de jurados composto por João Cabral, cofundador e diretor-executivo da Startup Sintra, Amelia Santos, cofundadora e CEO da Innuos e antiga aluna do Técnico, José Guerreiro de Sousa – Partner at Armilar Venture Partners e Sofia Frére, diretora do Santander Universidades Portugal, teceu vários elogios dos trabalhos apresentados. Além de salientarem a excelência dos trabalhos, os jurados sublinhavam a importância “desta capacidade de empreender e inovar” no decorrer da vida profissional, tanto na criação da própria empresa, como no exercício de qualquer função.
Também a diretora do Santander Universidades fez questão de felicitar os alunos pela “qualidade” trabalhos desenvolvidos e pela apresentação dos mesmos. “Obrigada também ao Instituto Superior Técnico pelo empenho colocado em todos os projetos que temos em conjunto”, fez questão de dizer. Ao encerrar a sessão, Sofia Frère deixou escapar que poderia vir a contactar alguns dos alunos mais tarde, uma vez que “nós acreditamos convictamente que, para se ter êxito nos novos negócios, é preciso uma força de mão de obra que seja simultaneamente talentosa e motivada”, reiterou. “Isto só é possível com uma forte cultura e eu penso que vocês têm este tipo de cultura, de quererem ganhar, e penso que nestes projetos vocês desenvolvem outras skills que podem usar no futuro”, colmatava.
No evento seriam também conhecidos os vencedores do The Web Startup Game (TWSG), um jogo desenvolvido pelo professor Luís Caldas de Oliveira, que desafiou os alunos de Empreendedorismo a assumir o papel de investidores. As duas as equipas premiadas terão oportunidade de reunir com investidores da Armilar Venture Partners.