Campus e Comunidade

Técnico Innovation Center recebeu sessão de encerramento do Programa Lisboa 2020

Edifício do Técnico foi apontado como um grande exemplo do investimento feito nas áreas da ciência, inovação e educação.

“Não podíamos estar num local mais adequado para este evento. Este espaço onde nos encontramos nasceu de um sonho do Técnico em poder construir um espaço novo onde podíamos potenciar a transformação do conhecimento em inovação, transferindo-os para a sociedade. Potenciar a investigação e o desenvolvimento científico em desenvolvimento económico e riqueza”. As palavras de Rogério Colaço, presidente do Instituto Superior Técnico, deram o mote para o evento de encerramento do Programa Lisboa 2020, que aconteceu a 12 de novembro, no Técnico Innovation Center, em Lisboa.

O edifício simboliza os 3453 projetos aprovados no âmbito deste programa de financiamento europeu que agora finda, que representaram um investimento total de fundo executado de 857 milhões de euros. Os números são um reflexo do “enorme desafio que a região de Lisboa teve como missão”, nas palavras de Teresa Almeida, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo / Lisboa 2030. Cláudia Joaquim, Presidente da Agência para o Desenvolvimento e Coesão, sublinhou que “nunca é demais destacar a importância dos fundos europeus para o país”, na economia, na produtividade, no emprego, entre outros setores. “Até parece que foi fácil, por vezes vamo-nos esquecendo como o período de execução foi particularmente exigente (nomeadamente o impacto da pandemia Covid19), que obrigou a adaptações sucessivas”, relembrou.

Dos números partilhados por Teresa Almeida, destacam-se ainda o apoio a 20 infraestruturas tecnológicas, 3 centros de incubação de base tecnológica, 27 infraestruturas científicas, 79 equipamentos de saúde (44 dos quais em Unidades de Saúde Familiar), 17 unidades hospitalares, 6 unidades de cuidados continuados e 12 creches. Entre os projetos dotados para a região que é “o pólo de inovação e desenvolvimento do país”, 41% inseriram-se no âmbito da inovação e competitividade. Com o objetivo de tornar a região de Lisboa e Vale do Tejo “mais inteligente, sustentável e inclusiva”, foram também disponibilizados 690 apoios à contratação, 11300 estágios profissionais e 340 apoios na criação de empregos e autoemprego.

Elisa Ferreira, Comissária Europeia da Coesão e Reformas, considerou este balanço (em mensagem enviada por vídeo) “uma expressão clara dos esforços desenvolvidos em conjunto para enfrentar os desafios atuais mas pensando no futuro”. Destacou a importância da coesão territorial nacional, reconhecendo que a qualidade de vida na região de Lisboa depende também da capacidade do país em manter o equilíbrio. Para isso importa “maximizar as vantagens competitivas e evitar economias de concentração que criam pressão em áreas” como a de Lisboa.

Manuel Castro Almeida, Ministro Adjunto e da Coesão Territorial de Portugal, sublinhou a importância do país “lutar com grande firmeza pela política de coesão, que está nos alicerces da União Europeia”. Os fundos europeus são muito mais do que um cheque. São avaliados pela oportunidade que cumprem ou não de mudar o país e de o preparar para os próximos desafios”, complementou. Propôs dois desígnios para o país: o desafio da produtividade – “tem de ser o nosso permanente objetivo, que é a única forma de pormos mais dinheiro no bolso das pessoas”; o aproveitamento dos “mais de 10 mil milhões de euros de fundos europeu que Portugal vai ter no ano de 2025”. “É uma grande oportunidade e responsabilidade. É a sociedade no seu todo que tem de se mobilizar para cumprir este objetivo: potenciar estes recursos que estão à nossa disposição”, defendeu.

O evento de encerramento do Programa Lisboa 2020 contou ainda com os painéis de discussão “Diálogo entre ciência e economia”, com Miguel Miranda (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) e Augusto Mateus (Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa) e “Futuro da política de coesão”, com Sérgio Barroso (Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano), Eduarda Marques da Costa (Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa) e Duarte Rodrigues (Agência para o Desenvolvimento e Coesão).

Teresa Almeida teve ainda a oportunidade de apresentar o quadro de transformação e investimentos “Lisboa 2030: Aceleração e futuro”, incluindo o Plano Nacional de Investimentos (PNI 2030), o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o programa Horizonte Europa. O evento foi encerrado por Hélder Reis, Secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional.

Técnico Innovation Center: um ponto de encontro de talento jovem, empresas, cientistas e empreendedores

Desde a sua inauguração, em outubro de 2023, o Técnico Innovation Center acolheu mais de 8 mil horas de estudo ou trabalho colaborativo oferecido a cerca de 50 mil estudantes da Universidade de Lisboa, na sua sala de estudo 24 horas. “Para estes jovens, construímos aqui um espaço que em nada fica atrás dos espaços equivalentes que conhecemos das melhores universidades do mundo”, defendeu Rogério Colaço, Presidente do Instituto Superior Técnico. “Mas foi aqui também que, só neste primeiro ano, aconteceram mais de duas dezenas de eventos de projeção de talento, ciência e tecnologia para a sociedade, desde as feiras de emprego até à apresentação das agendas PRR, passando pela entrada no Guinness Book of Records com a maior aula de programação do mundo”, complementou.

“Por aqui passaram já mais de três centenas de empresas que tiveram oportunidade de contactar com centros de investigação, núcleos estudantis, professores e investigadores, promovendo novas iniciativas e novos projetos de investigação e desenvolvimento, tão necessários para o crescimento económico do nosso país, para a criação de emprego e aumento da nossa balança de exportações”, aprofundou.

Este projeto, que representa um investimento de 12 milhões de euros e contou com financiamento da Fidelidade Seguros e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito do Lisboa 2020, mereceu também elogios por parte dos presentes no evento. “Não é indiferente o lugar onde estamos. As infraestruturas tecnológicas e científicas foram o repto que quisemos suportar. Servir estudantes, ecossistemas de educação e científico, que nos impactaram, que nos envolveram. Construímos isto juntos. A nossa forma de trabalhar foi sempre de braço dado convosco”, enquadrou Teresa Almeida, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo / Lisboa 2030. Referiu-se a um “edifício que não é só tecnológico, mas que também assegurou regeneração urbana numa zona central para Lisboa”. “O local deste evento é excelente exemplo de um tipo de investimento que eu acho que convém a Lisboa. Isto é, virado para a frente”, complementou Elisa Ferreira, Comissária Europeia da Coesão e Reformas. “Ainda bem que o sonho foi concretizado”, vaticinou Claudia Joaquim, Presidente da Agência para o Desenvolvimento e Coesão.

“Para concretizar esse sonho era preciso ter connosco quem tivesse a coragem de nos ajudar a construir em tempo record este edifício fantástico aqui no centro da cidade de Lisboa. Para isso tivemos o apoio da CCDR LTV, que desde o início acreditou que o Técnico era capaz de levar este projeto até ao fim e que este projeto se alinhava com as grandes linhas estratégicas do Programa Lisboa 2020”, elogiou Rogério Colaço, deixando uma promessa: “Nos próximos anos vamos acelerar ainda mais esta abertura da ciência e tecnologia à sociedade”.