Trabalhos muito práticos em contexto industrial, cinco equipas, uma conceituada empresa a reconhecer o mérito e a estreitar ligações com a academia, um prémio monetário em competição e muita aprendizagem pelo caminho. Os resultados e o feedback de tudo isto foram expressos na cerimónia de entrega do “Prémio de Mérito The Navigator Company em Gestão da Produção” que decorreu esta terça-feira, 12 de março.
“Este prémio tem para nós grande importância e significado muito especial porque levou um conjunto de alunos a visitar as nossas instalações, a falar com as nossas equipas e ajudar-nos a encontrar imensas soluções”, começava por frisar o diretor da The Navigator Company, José Ataíde. Abordando a parceria que une a empresa ao Técnico e no seguimento da qual surge esta iniciativa, José Ataíde expressou ainda o seu desejo de “que esta relação que se criou com estes alunos não termine aqui, que eles continuem a questionar-nos e a querer trabalhar connosco”.
O nervosismo dominava o ambiente no início da sessão. Apesar do trabalho já estar feito e os resultados bem justificados, era altura de transpor o derradeiro pitch avaliado pelo júri e na sequência do qual seria apurada a equipa vencedora do prémio. Coube a um dos elementos de cada uma das cinco equipas a tarefa de traduzir em palavras como havia sido feita a identificação dos problemas, o método de trabalho escolhido, a procura de soluções e os possíveis resultados inerentes às mesmas. No final da apresentação houve sempre tempo para balancear a experiência e as mais-valias retiradas da mesma. “O que nós aprendemos no Técnico e as ferramentas que nos são fornecidas são vastas e diversas, mas não nos preparam para os problemas reais que nos esperam nas empresas, por isso esta experiência foi muito positiva”, defendia o porta-voz da equipa “Bérrio”, o aluno Patrick Pereira. “A principal mais-valia foi a diferença em relação ao trabalho habitual que realizamos no Técnico. Desta vez, o desafio mais complicado passava por determinar qual é que era o problema, e só depois teríamos que perceber como poderíamos resolver esse problema. Acho que esse foi o maior desafio, e foi sem dúvida o mais enriquecedor da experiência”, referia, por sua vez, um dos elementos da equipa LEANify, o aluno Pedro Ramos.
Depois de uma breve reunião, o júri regressava ao Anfiteatro Abreu Faro para anunciar o grupo vencedor, mas antes a professora Elsa Henriques e o professor Paulo Peças, ambos docentes do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) e jurados do desafio, proferiram algumas palavras. “Acho que são fundamentais e extremamente importantes este tipo de iniciativas que coloquem os alunos em contacto direto com uma situação industrial”. “Percebemos nas vossas intervenções que absorveram toda a aprendizagem do desafio”, acrescentava ainda a docente. Por sua vez o professor Paulo Peças, também docente da unidade curricular, agradeceu o apoio da The Navigator Company e justificou a escolha da equipa vencedora: “Venceu o grupo que estabeleceu a melhor relação ‘causa vs efeito’, a que propôs uma solução que quebra o paradigma e ainda que mostrou saber analisar o sistema e o impacto da solução”, argumentava o docente, anunciando- com algum suspense pelo meio – a entrega do prémio à equipa ThinkLean, que apresentou uma solução bastante simples e inovadora para o problema com que havia sido confrontada: a remoção automática de bobines sem colocar em causa a segurança do operador.
No final da sessão, a empresa anunciou ainda a entrega de um complemento monetário ao DEM como forma de apoiar a melhoria da qualidade de ensino.