As perguntas saem à velocidade da luz aos cerca de trinta participantes, que têm entre os 10 e os 17 anos de idade, e que esta semana integram a Academia de Verão de Aprendizagem e Olimpíadas Científicas. Persistentes, invadidos pela curiosidade que os faz saltitar na cadeira ininterruptamente, de dedo no ar aguardam o momento em que a sua duvida por “mais estranha que pareça” vai ser finalmente consumida pelo conhecimento do professor Luís Oliveira e Silva, o orador convidado esta quinta-feira,13 de julho, para dar uma palestra sobre lasers aos jovens pupilos.
O gosto pelas ciências é comum a todos, mesmo aos que ainda não sabem muito “sobre este mundo”, como é o caso de Manuel Ferreira. Do alto dos seus 10 anos, não sabe “quase nada” sobre física, mas esteve sempre de olhos esbugalhados a ouvir detalhes sobre o trabalho do Grupo de Lasers e Plasmas do Instituto Superior Técnico. “Já aprendi tanto nestes dias”, exclama o aluno do 5ºano. Gostou tanto, que “talvez quando crescer venha trabalhar com estes físicos”, afirma. “Foi uma semana mesmo boa, para o ano se puder volto a vir”, antevê Manuel Ferreira.
A organização da Academia de Verão de Aprendizagem e Olimpíadas Científicas é da responsabilidade do grupo TreeTree2, constituído maioritariamente por cientistas e engenheiros. O objetivo é “ajudar jovens entusiasmados pela ciência a desenvolver as suas capacidades nesta área”, como partilha o engenheiro João Rico, um dos responsáveis pela organização. Partindo da pergunta “o que é eu gostava de ter tido quando era mais novo?” trataram de preencher o programa do evento com uma panóplia de atividades ligadas às áreas da Química, Física, Matemática, Informática e Biologia. Palestras com conceituados especialistas destas temáticas, desconstruções de artigos científicos ou módulos de preparação para as olimpíadas científicas pautaram o leque de atividades que só termina no Sábado, dia 15 de julho.
Esta foi a primeira vez que a atividade se realizou, mas o engenheiro João Rico adianta que outras edições hão-de vir: “É um projeto para repetir, e esperamos poder alargar a Academia a mais alunos na próxima edição”, adianta. Para já e por se tratar um projeto piloto “os alunos foram convidados por terem demonstrado especial entusiasmo por ciência e aprendizagem”, explica João Rico. Um ânimo que está claramente implícito na quantidade de vezes que eles perguntam a que horas é que podem retomar as atividades. “Não tarda isto está a acabar e é preciso aproveitar”, exclama Bernardo Lopes, um dos participantes que a curiosidade ia deitando abaixo da cadeira durante a palestra do Luís Oliveira e Silva.