O aluno de Engenharia Aeroespacial no Técnico, João Fernando, sagrou-se recentemente, e pela terceira vez consecutiva, campeão nacional de judo na categoria -73 kg. O estudante do Técnico e atleta do Sporting Clube de Portugal (SCP) revalidou o título numa “época bastante fora do normal”, como o próprio a define. O judoca não tem dúvidas de que foi o trabalho árduo que fez a diferença nestas últimas épocas, levando-o a conquistar o tricampeonato.
“Este ano, por causa da pandemia, o judo esteve ‘parado’, uma vez que durante o confinamento, até pouco depois do mesmo, não havia possibilidade alguma de praticar a modalidade”, recorda João Fernando. “Felizmente, a Federação Portuguesa de Judo conseguiu organizar estágios que têm vindo a decorrer desde junho. Cumprindo com as normas de segurança necessárias e estipuladas pela DGS[ Direção-Geral da Saúde] foram realizadas ainda duas competições, sendo que a última foi o campeonato nacional”, declara de seguida.
O judo é para João Fernando uma paixão, com muitos anos, que foi crescendo gradualmente cada vez que vestia o kimono. “Comecei a praticar desde os 5 anos, porque o meu pai já tinha também praticado, mas antes do primeiro treino não tinha noção nenhuma do tipo de desporto que era. À medida que evolui, tornei-me cada vez mais competitivo e nunca imaginei sequer abandonar o desporto”, revela o aluno do Técnico. Quando, em 2018, veio estudar para o Técnico, o jovem atleta, natural de Coimbra, acabaria por ingressar também num outro aliciante desafio: o de ser atleta do SCP.
São vários os benefícios associados à prática de desporto, e o judo não é exceção. João Fernando não hesita em apontar algumas das mais-valias associadas a esta modalidade: “o judo promove, essencialmente, o respeito pelos que nos rodeiam, pelas formalidades que nos são impostas nos treinos e nas competições e que se vão tornando comportamentos naturais com o passar do tempo”.
O aluno do Técnico admite que não é fácil “ser atleta de alto rendimento de judo simplesmente por ser um desporto com relativamente pouca visibilidade em Portugal”.
Acerca das dificuldades de conciliar a exigência do Técnico com a dedicação exigida a um desportista de alta competição, o aluno de Engenharia Aeroespacial confessa que não tem sido fácil, “mas com o passar do tempo começou a ser mais fácil gerir as minhas prioridades a curto e médio prazo”. Ao longo destes dois anos nunca sentiu necessidade de abandonar o desporto para ter bons resultados no curso. “Com força de vontade e alguma paciência vou alcançando os meus objetivos, quer no judo, quer nos estudos”, refere o tricampeão.