Na sua 2.ª edição, o Dia Aberto do Técnico contou com um dia dedicado a visitantes individuais e famílias e com uma novidade, face ao dia anterior: uma feira de ciência dinamizada por investigadores e estudantes, com mais de 40 projetos de investigação e inovação em exposição.
Entre as 10h e as 17h do dia 20 de maio, o campus Alameda do Instituto Superior Técnico encheu-se de curiosos. A fila para a inscrição nas atividades laboratoriais começou ainda antes da hora e foram várias as visitas esgotadas ao longo do dia.
Para Luísa Marcelino e Maria Patrício, a manhã começou no Laboratório de Tecnologia Mecânica. Ali, Inês Almeida, investigadora do Instituto de Engenharia Mecânica (IDMEC), tentou responder à pergunta que deu nome à atividade: “Como se fazem as coisas?”. Forja, soldadura (por fricção ou por pontos) e fundição foram alguns dos processos de fabrico demonstrados. Se Maria Patrício, a frequentar o 8.º ano, veio pelo “interesse na área da ciência”, Luísa Marcelino, aluna do 12.º ano, vê no curso de Engenharia Mecânica o seu futuro. “Fiz a semana do Verão na ULisboa e resolvi vir. Ainda estava indecisa entre duas hipóteses, mas gostei de Engenharia Mecânica”, explica.
Neste dia, além de perceber “como se fazem as coisas”, foi também possível ver por dentro destas. No Multi-scale Imaging Lab. (integra o Centro de Recursos Naturais e Ambiente – CERENA), com recurso a uma técnica não-destrutiva, os visitantes ficaram a saber “O que está dentro do Ovo Kinder (mantendo a linha)”. A alta resolução das imagens obtidas – superior à de uma Tomografia Axial Computorizada (TAC) – permite a reconstrução a três dimensões (3D) do objeto encarcerado no ovo, um dinossauro, no caso.
A atividade do departamento de Bioengenharia “Células na genética, nas doenças e no combate às alterações climáticas” foi das mais concorridas, desde o início da manhã. E até quem já afastou esta área do seu caminho, como Luísa Marcelino, não quis perder a oportunidade de vir “aprender mais sobre os temas de que também gosta”. Depois das deformações plásticas da Engenharia Mecânica, foi tempo da bactéria multirresistente Burkholderia cepacia e os testes de toxicidade e de eficiência (combate à infeção) que podem realizar-se; as células tumorais e a testagem de terapias em amostras celulares provenientes de pacientes e a biologia molecular na genética serem protagonistas.
Ao mesmo tempo, na Feira de Ciência, as atenções dividiam-se. Se no Mini-Engineering, atividade promovida pela Associação dos Estudantes, a diferença de densidade entre a água e o óleo tornava-se evidente, para os mais novos, pelo uso de corantes, no Centro de Química Estrutural (CQE), as investigadoras Carmen Bacariza e Karina Shimizu recorriam a figuras do universo Star Wars e a outros elementos da cultura popular para explicar “O que é um catalisador? Qual pode ser o seu papel na melhoria dos problemas ambientais?”.
A falar sobre problemas ambientais estiveram também os investigadores do Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares do Técnico (C2TN), Tiago Faria e Nuno Canha. Será que “o ar é de todos?” é a dúvida lançada. Até pode ser, mas a qualidade do mesmo varia como é possível visualizar em uma maquete da cidade de Lisboa. O trabalho desta equipa passa por perceber fontes de poluição e identificar medidas que permitam agir sobre as mesmas, explicam. Neste sentido, criaram, por exemplo, ferramentas de apoio à decisão como o Life Index Air.
Pelo Técnico passaram, neste sábado, mais de mil visitantes, de todas as idades, distribuídos pelas 40 atividades da Feira de Ciência e pelos 14 laboratórios depois de, no dia anterior, terem sido os estudantes de várias escolas do ensino secundário a encher o campus Alameda.