Quem passasse junto ao Anfiteatro Abreu Faro esta quarta-feira, 9 de março, poderia ficar surpreendido com as gargalhadas que se ouviam nos corredores. O causador das mesmas foi nada mais nada menos do que o professor Carlos Fiolhais, um dos oradores convidados das VIII Jornadas de Engenharia Física, que partilhou com a audiência alguns dos desafios desta área através do seu imenso conhecimento, desconcertante sentido de humor, e admirável capacidade de explicar de forma simples o que é de extrema complexidade. O orador foi um dos muitos palestrantes que nos últimos 3 dias passou pelo palco desta iniciativa que aproxima ainda mais os alunos da Física e das suas múltiplas aplicações.
“Há convites que são irresistíveis e no topo desses convites estão o dos alunos de Física e de Engenharia Física. Vocês são o futuro e eu que sou um bocadinho mais do passado confio em vós para levarem a Física para a frente”, começava por dizer o professor Carlos Fiolhais.
Perante uma vasta audiência, o orador abordou os “Grandes Desafios da Física” dos dias de hoje e sobretudo os que esperam a próxima geração de Físicos. Antes disso, lembrou algumas dos grandes marcos da história da Física e Ciência em Geral, realçando por diversas vezes o alcance e o contributo dos físicos nestas inovações e descobertas. “A maior parte da Física, e vocês vão ver isso nas vossas carreiras, é feita por construirmos aparelhos que nos permitem ver mais. É isso que vocês vão fazer: ajudar a fazer instrumentos que vos permitam encontrar coisas que não estavam à espera”, afirmou a determinada altura.
O docente elencou uma seleção de problemas que se impõem nos domínios da Cosmologia e Astronomia, Astrobiologia, Física de Partículas e Altas Energias, Física da Matéria Condensada e da Complexidade, e ainda Computação e Inteligência Artificial. A matéria negra e energia escura; quando, onde e como começou a vida; a teoria das supercordas, ou como produzir transístores em nano escala, foram alguns dos desafios listados pelo docente.
Patrícia Curado, aluna de Engenharia Física Tecnológica, ainda tem o crachá de participante da última edição presencial das JEF, em 2020. Era na altura uma aluna desejosa de aprender mais sobre a sua área, estabelecer pontes entre o que estudava e o que faz na investigação e nas empresas, ouvir os especialistas que se dedicam sobre os tantos mistérios da Física. Hoje é ela uma das responsáveis pela organização da iniciativa que tenta propiciar esta descoberta aos colegas, e não podia estar mais orgulhosa pela diferença registada na adesão às várias atividades. “Devo dizer que estou muito satisfeita, era exatamente este o retorno que eu esperava porque as palestras tiveram muita adesão”, denota a aluna.
Para alcançar este sucesso, o Núcleo de Física do Instituo Superior Técnico (NFIST) apostou num cartaz que abarcasse diversos temas, e de acordo com Patrícia Curado este foi mesmo um fator decisivo para o sucesso desta edição, não esquecendo claro a importância de uma boa divulgação”. “Tentámos ao máximo ter palestras de todas as áreas e curiosamente as palestras encaixavam-se, umas tinham sequência nas outras, até mesmo aquelas que eram de áreas diferentes, nomeadamente estas aqui do último dia. Penso que foi agradável para toda a gente”, partilha a aluna.
Ao longo dos 3 dias do evento, além das palestras, as jornadas ofereceram aos alunos a oportunidade de participar em diálogos com alumni e empresas, workshops variados e visitas aos vários centros de investigação.