Campus e Comunidade

“É diferenciador para o Técnico oferecer este Duplo Grau de Mestrado”

A convicção é do professor Luís M. Correia, coordenador do CoDaS.

O Instituto Superior Técnico é uma das instituições responsáveis pela criação de um novo Duplo Grau de Mestrado com foco em duas áreas estratégias: Engenharia de Telecomunicações e Ciência de Dados. O CoDaS é uma iniciativa do projeto UNITE! – University Network for Innovation, Technology and Engineering e conta ainda com o cunho da Universidade de Aalto e do Instituto Nacional Politécnico de Grenoble.

Os alunos terão oportunidade de integrar um programa alinhado com as necessidades do mercado, complementar a sua formação em duas instituições de referência a nível europeu, usufruindo de uma experiência de ensino internacional.

No Técnico, o Duplo Grau de Mestrado estará disponível no próximo ano letivo e são apenas 10 as vagas disponíveis. Aos estudantes internacionais interessados no CoDaS informamos que a 1.ª fase de candidaturas já se encontra a decorrer e estende-se até 18 de fevereiro.

O professor Luís M. Correia dá-nos a conhecer um pouco mais deste inovador programa, destacando as características que o tornam uma oportunidade única de formação.

Como surge a ideia de criar este Duplo Grau de Mestrado?

Surgiu há cerca de 2 anos, no contexto de uma conversa com colegas da Universidade de Aalto, em Helsínquia, e do Instituto Nacional Politécnico de Grenoble com quem tenho ligações há bastantes anos e de outros projetos. Começámos logo a trabalhar no assunto e a ver como se podia concretizar a ideia.

Ficou logo claro que queriam conjugar a área da Ciência de Dados e as Telecomunicações por serem duas áreas estratégicas?

Sim, o plano foi logo esse. Queremos atrair estudantes para estas área e este Duplo Grau é uma boa forma de o fazermos. Por outro lado, também queríamos que fosse algo em que houvesse mobilidade dos estudantes internacionalmente, que é também muito atrativo hoje em dia para os alunos.  Lembrámo-nos então que, em vez de seguir o formato habitual do mestrado em que o aluno no 2.º ano, tipicamente, faz mobilidade durante 6 meses, se deveria estender esta experiência internacional por 1 ano.

Os alunos não correm o risco de ter unidades curriculares repetidas nas duas universidades que frequentarem?

Não, foi feito um grande trabalho nesse sentido, que nos demorou alguns meses.  Analisámos os currículos das 3 universidades e arranjámos áreas científicas dentro do mestrado que são comuns às 3 instituições.  No 1.º ano, o plano curricular é igual para todos em termos de áreas, e no 2.º ano então há especializações de facto. O INP de Grenoble ficou com a parte de comunicações e segurança, a Universidade de Aalto ficou com a parte de comunicações e automação, e o Técnico é responsável pela parte de comunicações e ciência de dados.

Qual é o público alvo deste Duplo Grau de Mestrado?

O ponto de partida é atrair pessoas que tenham uma licenciatura na área de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores ou Informática. Queremos captar os estudantes que tenham uma boa formação nestas áreas, não só nacionais, mas também internacionais, nomeadamente de fora da União Europeia.

Quantas vagas estão disponíveis?

Temos 10 vagas este ano. Precisamos de começar devagarinho porque há sempre coisas a afinar, e também tendo sempre em atenção a capacidade das outras universidades para receber os nossos estudantes. No entanto, a perspetiva é que depois nos próximos anos este número aumente progressivamente.

Os critérios de entrada são iguais em todas as escolas, a admissão inicial é feita por cada uma das instituições separadamente, mas há depois uma decisão final de admissão coordenada entre as 3 instituições.

O que diferencia este programa de ofertas similares em outras escolas?

Quando criámos este programa, e acredito que continue a ser assim, não havia em Portugal nenhuma universidade que tivesse uma oferta com estas duas componentes: reunir as áreas de telecomunicações e ciência de dados num único mestrado e permitir a mobilidade ao longo do 2.º ano. Os alunos terão ainda oportunidade de fazer a tese com um professor da universidade anfitriã, sendo coorientados por um docente da universidade de origem.

Este é um programa com uma componente muito prática?

A ideia é termos empresas envolvidas no 2.º ano e os estudantes vão fazer as teses em colaboração com estas.

O mercado olha também de forma diferente para alunos que obtêm um duplo diploma?

Sim. As empresas valorizam muito que os estudantes sejam expostos a experiências fora das escolas de origem, nomeadamente a nível europeu. Nestas áreas de telecomunicações e dados, a atividade profissional é muito internacional. Daí também a ideia de que o 2.º ano seja feito na totalidade em outra universidade, de forma a proporcionar aos estudantes uma experiência com maior valor acrescentado.

As empresas também estão muito interessadas neste programa, porque têm dificuldade em arranjar recursos humanos qualificados com competências nestas áreas, e é uma forma de terem acesso ao talento.

Na sua opinião, este programa vem reforçar a oferta formativa do Técnico em duas áreas estratégicas nos dias que correm, a Engenharia de Telecomunicações e Ciências de Dados, e onde vamos dando cartas há já alguns anos?

Sim, sem dúvida. O Técnico já tem um mestrado em Engenharia e Ciência de Dados, tem dois mestrados na área das telecomunicações, o mestrado em Engenharia de Telecomunicações e Informática no campus do Taguspark e o mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, com os ramos de telecomunicações e de redes de sistemas de comunicações. Por isso é que também foi relativamente fácil construir o CoDaS porque aproveitamos os recursos que já existem. Tivemos que propor duas novas disciplinas, relacionadas com a área de soft skills, que existem nas outras universidades e que o Técnico tinha também que oferecer para que no final do 1.º ano as escolas estejam niveladas.

É diferenciador para o Técnico oferecer este Duplo Grau de Mestrado. Há muita falta de pessoas nesta área, em Portugal e pela Europa fora.

Que mais fatores poderão contribuir para atrair alunos para este programa?

Portugal é muito atrativo para estudar, em termos de clima, de pessoas, de comida e os portugueses são bons anfitriões. Além disso, o Técnico é muito conhecido como uma escola de referência a nível internacional e está bem posicionado nos rankings de escolas de engenharia e tecnologia. Juntando tudo isto, acho que estão reunidas as condições para este Duplo Grau de Mestrado ser um sucesso e atrair muitos candidatos.

Mais informações sobre o CoDaS.