Campus e Comunidade

‘Férias no Técnico’ ofereceu mais de uma dezena de atividades para estudantes de Secundário

A iniciativa deu a conhecer vários dos núcleos de estudantes e centros de investigação associados à Escola, divulgando as suas áreas de atuação.

Com um silvo repentino, António Gilberto levantou voo, deixando para trás uma nuvem de fumo.

 Este foi o primeiro rocket lançado durante a cerimónia de encerramento das ‘Férias do Técnico’ afetas à interrupção letiva da Páscoa de 2024. Ao longo da tarde de 5 de abril, as várias equipas compostas por estudantes do Ensino Secundário em visita ao Técnico lançaram os rockets que haviam construído dias antes, celebrando uma semana repleta de atividades que deram a conhecer áreas e técnicas de investigação desenvolvidas no Instituto Superior Técnico.

No início da semana, na sala C01, António Gilberto ganhava forma. Foi aqui, durante a atividade do Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeroespacial do Técnico (AeroTéc) que os rockets começaram a ser construídos. Num dos grupos, Rodrigo, Gabriel e Luísa, de cotovelos na mesa, concentravam-se em torno do seu rocket.

Rodrigo veio a convite de um amigo. “Como estou no 10.º ano [de escolaridade] e ainda não escolhi a universidade que quero frequentar, achei que seria bom ganhar alguma ‘experiência’”, justifica o estudante, não tirando os olhos da régua com que fazia medições à estrutura do rocket. Luísa, no 12.º ano, diz já ter “uma ideia mais concreta”. “Estou interessada em Engenharia Eletrotécnica aqui no Técnico”, informa a aluna.

Gabriel diz estar “a explorar várias opções”, sentindo-se dividido entre Engenharia Física Tecnológica – “um bom curso devido à empregabilidade”, no seu entender – e outros caminhos mais ligados “à Medicina ou à Biologia”. As atividades das Férias no Técnico em que participara até à data tinham sido “muito bem escolhidas” para conseguir descobrir “as várias vertentes” da Escola. Rodrigo interrompe os cálculos que fazia para acrescentar que “parece que vai haver uma grande variedade”, a julgar pelo restante calendário do evento.

 

Seis núcleos de estudantes e quatro laboratórios para conhecer

De facto, a semana viria a ser repleta de diferentes jogos e tarefas. Para além da construção de um rocket, os estudantes foram desafiados a programar e montar um circuito de Arduino envolvendo bananas usadas como teclas de um piano, a criar uma empresa-unicórnio de raiz, incluindo uma apresentação pitch para ‘vender’ esta ideia aos restantes colegas, a jogar uma partida de Monopólio adaptada ao mundo da Engenharia Biomédica e a desenvolver uma garra hidráulica com cartão, seringas, e tubos de ar de silicone. A par destas atividades organizadas por diversos núcleos de estudantes do Técnico, tiveram ainda a oportunidade de visitar vários laboratórios de centros de investigação associados ao Técnico, contactando com o trabalho que lá é desenvolvido e com os investigadores que o desenvolvem.

À porta de um destes espaços, o Laboratório de Difração e Raios-X nas caves da Torre Sul, e ao abrigo do barulho constante provocado pelos sistemas de refrigeração dos difratómetros no interior, Mariana partilha o contacto que tem com a Escola. Seguidora do Técnico no Instagram, foi através desta rede social que ficou a saber desta edição das ‘Férias no Técnico’ e, depois de uma ida à Futurália, obteve mais informações e decidiu inscrever-se. “Sei que quero o Técnico e sei que quero Engenharia. Qual… ainda não sei. Como esta semana passamos por várias áreas, acho que é uma boa oportunidade para ficar esclarecida”, explica a estudante de 12.º ano. Quanto à predileção pelo Técnico, Mariana acha que a Escola “dá mais oportunidades – é uma instituição de renome, sempre se mostraram abertos para esclarecer as minhas questões e sempre foi a minha primeira opção”.

De regresso à cerimónia de encerramento desta edição das ‘Férias no Técnico’ e enquanto António Gilberto e outros rockets eram disparados em direção à atmosfera, Sónia Ferreira elogia a iniciativa, que considera “muito importante”. Mãe de uma das participantes (que se deslocou desde Moura até Lisboa para tomar parte nesta semana de atividades), destaca que os estudantes têm, assim, “tempo para contactar com a realidade do Técnico”. Sónia explica que a filha “começou com este ‘bichinho do Técnico’ quando [guias do Núcleo de Apoio ao Estudante (NAPE)] foram à escola dela” por ocasião de uma ‘feira de universidades’ organizada anualmente naquele estabelecimento educativo. “No ano passado, estivemos cá no Dia Aberto e foi através deles que soubemos das Férias no Técnico”, afirma.

Lançados todos os rockets e entregue o prémio para a equipa que obteve a melhor pontuação depois de todos os desafios (os ‘Cachorros na Mala’, com 661 pontos), ficam as amizades criadas e as memórias de uma semana a conhecer o que se faz na maior escola de engenharia, arquitetura, ciência e tecnologia em Portugal.

Fotogaleria.

Entidades participantes

Os núcleos de estudantes com atividades nesta edição das ‘Férias do Técnico’ foram o Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeroespacial (AeroTéc), de Engenharia Mecânica (Fórum Mecânica), de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (NEEC), de Engenharia Física Tecnológica (NFIST) e o Júnior Empresas (JUNITEC). A estes, somou-se na área da Engenharia Biomédica o Engineering in Medicine and Biology Society Student Branch do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE-EMBS).

Os centros de investigação que deram a conhecer alguns dos seus laboratórios e espaços de investigação foram o Centro de Química Estrutural (CQE), o Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Microssistemas e Nanotecnologias (INESC MN) e o Instituto de Sistemas e Robótica (ISR).