As ondas sonoras invulgares que se ouvem por estes dias no Pavilhão Central são a consequência do envolvimento, do entusiasmo e do impacto que a Semana da Física provoca nos participantes. O carácter educativo de cada uma das experiências é eletrificante – e quem nelas se envolve percebe do que falamos. As explicações científicas são tão magnéticas que se torna por vezes custoso passar à banca seguinte- mesmo que por lá o mesmo volte a acontecer. Torna-se impossível não gravitar em torno de tanto conhecimento ou ceder à(s) força(s) da Física. Nesta edição, o Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico (NFIST) –responsável pela organização iniciativa- inspirou-se nas “Invenções que mudaram o mundo” contando-as de forma muito acessível e criativa. Este ano foram mais de 2800 os jovens do ensino básico e secundário que viram o seu interesse pela física propagar-se.
As escolas são desafiadas a trazer os seus alunos e o NFIST trata do resto, oferecendo 3 horas de descoberta, sob os mais diversos moldes. As palestras dadas por docentes, investigadores ou antigos alunos do Técnico e os workshops preparados minuciosamente por alunos do curso são uma forma de dar a conhecer os avanços recentes na área, mas também de espicaçar o raciocínio dos jovens participantes. O planetário da Gradiva também faz parte do itinerário da viagem e normalmente aguça ainda mais o interesse dos participantes, conduzindo-os à descoberta por novos mundos. Ainda assim, é no átrio do Pavilhão Central por entre as mais de 10 experiências que se fundem todos os sentidos e atenções dos participantes. A profundidade da explicação dos monitores molda-se ao nível de conhecimento que o grupo de ouvintes. O envolvimento dos mesmos seja através de uma pergunta ou do apoio a uma experiência ajuda a cativar ainda mais.
Através das experiências e da criatividade inerente às mesmas, a Física que estudam nos livros ou que um dia lhes passará pelos cadernos torna-se mais fácil de entender e de agarrar. Os buracos negros tornam-se mais fáceis de perceber através da “cama” gravitacional e das esferas que são lançadas na mesma e o comportamento das ondas no Tubo de Rubens não deixa ninguém indiferente. Ainda assim entre as atrações, é o gerador de Van de Graaff o que mais reações provoca. Além de eriçar os cabelos e provocar um choque em cadeia, o gerador eletrostático ajuda a perceber como funcionam as cargas elétricas.
“Este ano temos como mote ‘As invenções que mudaram o mundo’ e cada uma das bancas tem como base uma experiência bastante importante na história da humanidade”, explica Rita Silva, presidente do NFIST. Para além da grande adesão que registaram este ano, a aluna do Técnico partilha a satisfação da organização por esta iniciativa conseguir chegar cada vez mais longe. “Além das escolas da área de Lisboa temos algumas que vêm do Porto, de Grândola, Évora e das Caldas da Rainha”, partilha a presidente do núcleo.
“Sem dúvida que esta atividade ajuda a despertar a curiosidade pela área. Os alunos fazem bastantes perguntas sobre a Física no geral e sobre também acerca do nosso curso. Ontem tivemos um rapaz que vinha com uma página cheia de perguntas e que encontrou aqui oportunidade para satisfazer as suas dúvidas”, partilha, por sua vez, Bernardo Barbosa, vice-presidente do NFIST. Levar a Física aos jovens e despertar as suas mentes para a mesma é o objetivo, e cada vez mais uma missão cumprida para os organizadores desta semana. “Tentamos melhorar todos os anos, esforçámo-nos para ter coisas novas e propiciar experiências novas a quem vem pela segunda vez. A semana anterior a esta é bastante intensa e trabalhosa, mas no final a sensação é muito boa, porque sentimos que conseguimos mostrar a Física e a sua importância”, vinca Rita Silva.
A iniciativa decorre até ao próximo sábado, 22 de fevereiro. A organização preparou um dia aberto que pretender estender a iniciativa aos programas familiares, convidando miúdos e graúdos a participarem e explorar em conjunto o mundo da Física.