“O homem não é feito para trabalhar; é feito para criar e para ser o poeta” – a frase é de Agostinho da Silva, mas desta vez foi proferida pelo presidente do Instituto Superior Técnico, Rogério Colaço, dando-se assim início a um debate sobre o papel da inteligência artificial generativa (GenAI, na abreviatura inglesa). A iniciativa, promovida em colaboração com o jornal Público, fez parte da programação da Jobshop, evento dinamizado pela Associação dos Estudantes do Técnico (AEIST), que decorreu entre 28 e 30 de abril no Técnico Innovation Center powered by Fidelidade.
‘O impacto da GenAI nas competências que os jovens têm de desenvolver para entrar no mercado de trabalho’ – este era o título do debate e, segundo Rogério Colaço, “um tema extraordinariamente premente”. O debate (com transmissão integral diponível no final deste artigo) não foi, contudo, a única atividade de destaque nesta Jobshop. Aquilo que trouxe Dinis Silva ao Técnico Innovation Center, por exemplo, foi a possibilidade de contactar com o tecido empresarial na feira de empresas. A terminar o terceiro ano da Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, o aluno “queria conhecer algumas empresas e perceber as ofertas disponíveis”, com destaque para os estágios de verão. Já inscrito no Mestrado da mesma área, com especialização no ramo de Controlo, Robótica e Inteligência Artificial, veio à Jobshop com um amigo e deixa a sua recomendação – “conheces empresas novas, ficas com uma maior noção da oferta disponível e ainda conheces empresas que surgiram no Técnico, o que também é inspirador para tu próprio criares uma, se for esse o teu objetivo”.
Do ‘outro lado’ deste espetro, Lina Simões, responsável pelo recrutamento no Metropolitano de Lisboa, também vê na Jobshop uma mais-valia. “Há muitos anos que participamos [na Jobshop] e sempre tivemos boas experiências com a nossa presença”, partilha, acrescentando que “o Técnico é uma instituição de referência na formação em engenharia” e que os jovens engenheiros que entram na empresa vindos da Escola “têm uma formação sólida”.
Maria Teresa Andrade tem andado ocupada por estes dias, não fosse ela uma das responsáveis pela organização do evento. Interpelada a meio de uma tarefa, a aluna do Técnico teve tempo para ressalvar que esta “é uma ótima experiência para ter um primeiro contacto com as empresas, arranjar estágios e descobrir o que ‘há por aí’ crescendo dentro do mundo empresarial”. Os benefícios não são apenas para os participantes, contudo. Para os estudantes organizadores do evento, a experiência também é formativa e enriquecedora. “Nós ganhamos muito espírito de equipa – conseguimos lidar com muitas crises”, ri-se, trocando olhares cúmplices com colegas de equipa ao redor.