Campus e Comunidade

“Para quem gosta de Engenharia, o Técnico é sempre um sonho”

A afirmação é de um dos participantes da primeira semana do Verão na ULisboa repleta de atividades para todos os gostos e muita aprendizagem.

Os mais de 200 participantes de mais uma edição do Verão na ULisboa no Técnico chegaram com timidez, mas com convicções bem definidas. O desconhecimento total deu lugar a promessas de amizades eternas e reencontros breves. A ajudar na rápida aproximação esteve, acima de tantas outras coisas, a queda para a Engenharia e a Ciência. A curiosidade acerca do que os esperava deu lugar ao fascínio permanente, à vontade incessante de continuar a aprender, à indecisão sobre o que se gostou mais e o que se adorou menos. O facto de estarem a poucos anos de ingressar na faculdade dá um peso extra às atividades que fazem, exige uma avaliação ponderada do que diverte apenas e do que complementa também, de onde há gosto e de onde veem futuro.

“Espero que esta seja uma semana interessante e divertida, e que consigam aprender coisas novas”, desejava o presidente do Técnico, professor Arlindo Oliveira, na sessão de abertura da edição 2019 da iniciativa. “Ao longo da semana vão perceber que o Técnico é uma escola muito especial, e todas as pessoas que aqui trabalham e estudam têm muito orgulho de fazer parte desta enorme comunidade”, adicionava de seguida o professor Arlindo Oliveira, partilhando ainda o seu desejo de rever os jovens participantes daqui a uns tempos enquanto alunos do Técnico. Na verdade, pela quantidade de dedos que se levantaram quando se lançaram as perguntas de quem queria seguir engenharia e vir para o Técnico, já não restavam muitas dúvidas que isso acontecerá.

“Nenhum dos cinco dias da semana foi igual”, salienta Mariana Rodrigues uma das participantes. À semelhança do que aconteceu com os seus colegas de grupo, a lista de atividades preferidas enumeradas pela jovem do 12.º ano foi extensa. “Tem sido espetacular. E se eu não estava a ponderar engenharia, depois desta semana está na minha lista de preferências”, admite a colega do grupo de Mariana Rodrigues, Inês Palhota. As atividades que geram todo este entusiasmo são planeadas ao mínimo detalhe e com esse mesmo propósito, e apenas a entrega dos participantes dita as alterações ao guião definido pela organização. O entusiasmo não varia muito de grupo para grupo – ainda que a intensidade se altere entre os vários elementos, ao jeito dos gostos de cada um. Mesmo assim o lema é fazer o melhor em nome da equipa, desfrutando ao máximo da aprendizagem que chega a cada tarefa cumprida.  Não hesitam em arriscar, em questionar, em pedir para repetir, aproveitando ao máximo as oito horas de aventuras.

Apanhamos o grupo de Mariana Rodrigues na “estação dos fresquinhos” mesmo à saída da garagem da equipa Formula Student do Técnico (FST Lisboa). O desafio que tinham acabado de superar – com alguma água pelo meio – passava por fintar a pressão e montar os componentes de um circuito de refrigeração, tentando por fim abastecê-lo.  Esta é uma das muitas paragens que incorporam a atividade organizada pela FST Lisboa, onde os reptos lançados são de várias ordens, tendo sempre como foco o protótipo da equipa. Os olhos dos participantes arregalavam-se desde o primeiro minuto em que a equipa se apresentava, e mais precisamente no momento em que lhes era explicado que o carro é construído pelos alunos do Técnico desde a raiz. “Não tinha ideia de que havia tantos núcleos de alunos, e que faziam coisas assim tão interessantes”, partilha Alexandre Vieira, outro dos participantes.

Erguer uma ponte com esparguete, descobrir como nasce uma startup, utilizar a pressão atmosférica para esmagar uma lata, construir um rocket, programar um jogo ou construir uma prótese com palhinhas são apenas algumas das atividades oferecidas aos jovens alunos no campus da Alameda. Por sua vez, no campus do Taguspark foi através da criação de videojogos ou da transformação de um carro telecomandado num carro inteligente que se cativou os participantes.  Neste campus, o Técnico alargou o leque de ofertas, disponibilizando mais uma atividade aos participantes. Através dos desafios lançados pela equipa ISTsat-1 foi também possível viajar até ao espaço, conhecendo tecnologias, órbitas e aplicações usadas na área, dando asas aos sonhos e não criando barreiras à imaginação ao mostrar como se constrói um satélite.

Enquanto a cola aquecia, mas já estudando estratégia para construir a ponte de esparguete, a equipa de João Gaspar fez o balanço da experiência. “Já tinha pensado vir a esta atividade no ano passado, e fiquei muito feliz por este ano ter conseguido vaga porque de facto está a ser muito bom”, assinala João Gaspar. O jovem que acaba de passar para o 12.º ano confessa que cresceu “a ouvir falar bem do Técnico e de que é a melhor escola de engenharia do país, com ótimos níveis de empregabilidade e por aí em diante”. “Para quem gosta de Engenharia, o Técnico é sempre um sonho”, acrescenta. Por isso mesmo a sua meta passa por conseguir ingressar no próximo ano na escola e de preferência em “Eletrotécnica ou Informática”, adianta. Ainda que a escola faça parte dos seus projetos futuros, tinha uma ideia ainda distante de tudo, algo que esta vinda ao Verão na ULisboa ajudou a combater. “Ajudou-me a perceber outras coisas importantes que confirmaram o meu desejo: percebi mais sobre os cursos, aprendi imenso sobre as atividades extracurriculares dos alunos, e percebi que além de génios os alunos do Técnico são também acessíveis e simpáticos”, refere com um sorriso.

Constança Cunha passa a pistola de cola quente para João Gaspar para que o colega de grupo vá adiantando o trabalho enquanto ela nos conta a sua perspetiva da experiência que já repete pela 4. ª vez. “Gosto bastante do Técnico e as engenharias sempre me interessaram, e por ainda estar indecisa tento vir sempre para ficar com menos dúvidas, para tomar uma decisão mais acertada”, explica. “Além disso como são tantas atividades, e de ano para ano há mais coisas novas, não corro o risco de me cansar. É uma ótima maneira de passar uma semana de férias”, realça ainda. Este ano, uma das suas atividades preferidas foi da área de matemática, mas será entre “as engenharias Informática ou Eletrotécnica” que estará a sua decisão de ingresso na universidade. Já quanto à escola não há dúvidas: “O Técnico, definitivamente”.

 

Os cinco dias deram aso a muitas descobertas, surpresas e conhecimento. Estimulou-se um gosto pela engenharia que já residia na maioria.  Abriram-se as portas da escola, deu-se a palavra às melhores testemunhas: os alunos. “Passou tudo a correr e foi espetacular”, confessa Sara Serpa. Talvez para o ano consiga voltar, até porque como bem lembra “o Técnico é enorme e há sempre coisas novas para descobrir”.

Esta semana os protagonistas das atividades serão alunos do 7.º,8.º e 9.º ano, sendo as atividades adaptadas aos conhecimentos dos mesmos. A diversão e a aprendizagem continuam asseguradas.