Uma boa notícia nunca vem só, e o professor João Ramôa Correia, docente do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos (DECivil) e investigador do CERIS- Investigação e Inovação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade, bem o pode afirmar. É que além do artigo de que é coautor ter arrecadado um dos galardões entregues na 10.ª edição da International Conference on FRP Composites in Civil Engineering (CICE), o docente foi eleito Fellow do Institute For FRP in Construction (IIFC), tornando-se o 1.º português a receber a prestigiante distinção.
O IIFC elege como Fellows “membros seniores do Instituto que alcançaram uma posição de alta responsabilidade e contribuíram significativamente para o avanço da área através da investigação ou do trabalho prático, ou ambos”. Integram atualmente este leque restrito 34 profissionais de 13 países.
“Recebi a notícia desta eleição com muita satisfação, por representar o reconhecimento, pelos pares, da importância do trabalho realizado ao longo dos últimos anos”, afirma o professor João Ramôa Correia. “Esta distinção foi atribuída a cerca de 5% dos membros, o que é, naturalmente, um motivo de orgulho, mas também uma responsabilidade”, salienta ainda o docente do Técnico.
Para o investigador do CERIS, na origem desta distinção poderá estar “o trabalho desenvolvido nos últimos anos, não só por mim, mas por todos os membros do grupo de investigação em materiais compósitos do CERIS, o Core Group”. O professor João Ramôa Correia considera que “para além da relevância das nossas contribuições científicas em alguns domínios – como o comportamento ao fogo e a durabilidade”, terão igualmente pesado “o desenvolvimento de soluções estruturais inovadoras e a participação em obras de engenharia civil com materiais compósitos, como a Ponte de S. Silvestre, em Ovar, e a Ponte de S. Mateus, em Viseu”.
O docente do Técnico é responsável pela coordenação da equipa europeia (Project Team do CEN) que, nos últimos 4 anos, desenvolveu o futuro Eurocódigo (regulamento europeu) para estruturas em materiais compósitos, “e cuja entrada em vigor será um marco muito relevante”, como o próprio aponta, referindo que também estas funções podem ter influenciado esta eleição.
Esta não é a 1.ª vez que o docente é distinguido pelo IIFC, tendo em 2016 vencido o “Distinguished Young Researcher Award 2016”. Uns anos antes, em 2012, conquistou Prémio IABSE, atribuído pela International Association for Bridge and Structural Engineering, pela sua pesquisa em estruturas GFRP.
O atual docente do Técnico já esteve sentado do outro lado nos auditórios onde hoje partilha o seu conhecimento com centenas de alunos, tendo feito todo o seu percurso académico na Escola. Começou a sua carreira em 2002, como assistente estagiário do DECivil, onde é, desde 2016, professor catedrático. Leciona unidades curriculares relacionadas com Tecnologia da Construção e Patologia e Reabilitação das Construções.
O grupo CORE, que o professor João Ramôa Correia fundou e coordena, tem-se especializado em materiais compósitos de polímero reforçado com fibras para aplicações da engenharia civil, em particular, no que se refere ao seu comportamento mecânico, tecnologia de ligações, comportamento a longo prazo e comportamento em situação de incêndio.
Ao longo da sua carreira, o docente tem desenvolvido uma intensa atividade de consultoria e formação avançada nas áreas da patologia, inspeção e reabilitação da construção. Para além disso, participou em diversos projetos de investigação aplicada em colaboração com a indústria.
O investigador do CERIS concilia ainda esta intensa atividade científica com alguns cargos de gestão, integrando o Conselho de Escola do Técnico e assumindo o cargo de vice-presidente para a Investigação e o Desenvolvimento do DECivil. Entre 2013 e 2020, fez também parte do Conselho Científico(CC).
A excelência está também presente nas suas funções de professor, tendo sido ao longo dos últimos anos consecutivamente distinguido como docente excelente do Técnico.