Ao invés dos sofás que habitualmente pontuam essa zona, a entrada do Técnico Innovation Center powered by Fidelidade estava, a 24 de fevereiro, ocupada com dezenas de cadeiras – lugares para quem viria a assistir à 9.ª edição do Programa Contigo+, desta vez sob o mote “Projetos Capstone: aprendizagem entre a academia e a sociedade”. Estudantes, representantes de empresas (KPMG e Jerónimo Martins) e professores envolvidos em dois projetos-piloto decorridos no ano letivo de 2023/24 juntaram-se numa mesa redonda e, em conjunto com os membros da comunidade escolar na audiência, refletiram sobre esta nova modalidade de avaliação centrada na resolução de problemas concretos, no seio da atividade empresarial.
Os projetos Capstone constituem uma das inovações introduzidas no Modelo de Ensino e Práticas Pedagógicas do Instituto Superior Técnico, distinguindo-se da modalidade de ‘Projeto Integrador de Ciclo (PIC) + Dissertação’ por envolverem problemas reais e complexos cuja solução requer a constituição de equipas de três a cinco estudantes com formação distinta, tipicamente oriundos de diferentes cursos. Estes projetos podem ser de inspiração empresarial, ser propostos por utilizadores finais (como instituições públicas, organizações não governamentais ou unidades de investigação) ou resultar de ações empreendedoras dos próprios estudantes ou com historial no Técnico, de que são exemplo os Núcleos de Estudantes.
Bernardo Albano e Diogo Nunes foram dois dos estudantes que, no ano letivo de 2023/24, tiveram a oportunidade de participar em projetos-piloto Capstone. Bernardo Albano, do Mestrado em Engenharia Aeroespacial, construiu um drone (atualmente em fase de testes) junto da empresa KPMG e recomendou aos colegas presentes esta modalidade de avaliação caso estivessem “à procura de um desafio mais abrangente” e “mais funcional”.
Por sua vez, Diogo Nunes, do Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial, integrou uma equipa que desenvolveu uma ferramenta que fornece informação sobre o fluxo de produtos e apoia a tomada de decisão num centro de distribuição da Jerónimo Martins, em Algoz, no Algarve. Para o aluno, “faz todo o sentido” que os colegas “[se] desafiem e participem num projeto Capstone porque vai ser bastante enriquecedor”. “Sinto que quando entrar no mundo empresarial vou estar muito mais preparado do que se tivesse feito uma tese mais académica”, comentou.
Antes da mesa redonda, o trabalho desenvolvido pelas duas equipas foi apresentado pelos docentes do Técnico Fernando Lau e Susana Relvas, em representação das respetivas equipas de orientação.
Porquê participar num Capstone? “Como instituição, é para nós muito importante que o ensino e a investigação que fazemos estejam próximos dos problemas reais da sociedade”, explicou Miguel Cacho Teixeira, professor do Técnico e presidente do Conselho Pedagógico ao abrir a sessão. Esses problemas podem ser identificados pelo setor empresarial, por exemplo, e por isso a mesa redonda contou com representantes das empresas que acolheram os dois projetos-piloto. Filipe Cunha, Senior Manager na KPMG, e Joana Loureiro, Head of Talent Acquisition na Jerónimo Martins, ecoaram a ideia de que esta modalidade é benéfica para os estudantes que nela participam, para as empresas envolvidas e ainda para a sociedade que usufruirá do impacto resultante dos projetos Capstone.