Está tudo ao acesso de um clique nesta V edição da Semana da Bioengenharia (SBE). Podemos consultar o leque de atividades, criar o nosso próprio calendário, ler tudo sobre as palestras e os oradores que integrarão as mesmas, e até findar a timidez e usar a mesma como canal para esclarecer dúvidas. É também através da mesma que os participantes podem conquistar os múltiplos prémios que a organização oferece como estímulo à participação. Para além do aplicativo móvel há muitos outros ingredientes tidos em conta pela organização destas jornadas de modo a manter e se possível elevar o nível de anos anteriores. O maior estímulo de todos para quem participa é a abrangência de temáticas abordadas nas palestras – que não esquecem a diversidade de cursos envolvidos nesta atividade e lembram também a atualidade e preponderância das mesmas.
A cosmética, a área alimentar, inteligência artificial, as neurociências e os biomateriais foram alguns dos assuntos abordados nas 14 palestras que decorreram ao longo dos 5 dias do evento. “Abordamos muitos temas e muito diversos. O objetivo é que nenhum tema que seja relevante para nós seja esquecido e que todos os cursos se identifiquem com o nosso programa”, revela Beatriz Neves, um dos elementos da organização da SBE. Um detalhe importante e que faz toda a diferença nesta organização de sucesso é também lembrado pela aluna: “nós conseguimos reunir nos nossos painéis de oradores várias perspetivas em torno do mesmo tema e isso cativa imenso os participantes”.
Foi exatamente uma panóplia de ideias e abordagens que foi possível conhecer no painel que permitiu “um olhar mais atento sobre os nossos genes”. Os professores Miguel Seabra, Luís Almeida, Ana Teresa Freitas e Henrique Faneca permitiram a quem assistiu à palestra uma visão muito rica sobre as potencialidades da genética nomeadamente no tratamento do cancro, da cegueira hereditária, de doenças neurodegenerativas ou ainda na definição de estilos de vida mais saudáveis. E se as atenções despertaram com os detalhes fornecidos pelo professor Miguel Seabra acerca do ensaio clínico de coroideremia, as expressões não demonstravam menos interesse ao ouvir o professor Luís Almeida falar sobre a terapia genética para distúrbios cerebrais. Explicando as várias áreas em que podem ser usados os dados recolhidos num teste genético humano, a professora Ana Teresa Freitas cativou igualmente atenções através da forma como demonstrava a informação que pode ser retirada dos mesmos para personalizar a alimentação e beneficiar a saúde individual de cada um. “A genética não é sobre doenças, a genética é sobre nós, e são os nossos genes que nos tornam únicos”, reiterou por diversas vezes a docente do Técnico e CEO da HeartGenetics.
Já na quinta edição, a SBE resulta do envolvimento de alunos dos Mestrados Integrados em Engenharia Biomédica e Engenharia Biológica e dos Mestrados em Biotecnologia e Microbiologia, todos pertencentes ao Departamento de Bioengenharia do Técnico. Além das palestras, durante toda a semana os alunos puderam usufruir de vários workshops e visitas técnicas, sendo estas atividades mais direcionadas para os alunos da área. “Nestas duas atividades a adesão era limitada, e as inscrições esgotaram muito rapidamente o que prova que há interesse nas nossas atividades”, assinala Beatriz Neves.
O último dia do evento, esta sexta-feira, 22 de março, é dedicado à biotecnologia e volta a contar com vários oradores de renome. Beatriz Neves, no entanto, não hesita em adiantar o momento alto da SBE: a palestra dedicada à inteligência artificial. “É um tema muito atual e importante para a engenharia em geral. A sala estava mesmo cheia e vimos pessoas de todos os cursos do Técnico e também de fora do Técnico”, apontou ainda a aluna que integra a organização.