Mostrar um dos caminhos mais enriquecedores que é possível e fácil trilhar para tornar a passagem pelo Técnico mais positiva e diferenciadora foi o objetivo daquela que foi a edição piloto do evento “Student Experience @ Técnico” e que esta terça-feira, 9 de abril, juntou membros dos vários núcleos de estudantes do Técnico e alunos do primeiro ano dos diversos cursos.
O professor Luís Caldas de Oliveira, vice-presidente do Técnico para o empreendedorismo e as ligações empresariais, encarregou-se de abrir a sessão proferindo algumas palavras que exploravam a sua essência. “Uma das coisas que nós notamos é que os nossos alunos estão muito focados no curso, nas cadeiras”, começava por evidenciar, explicando ainda que as empresas procuram uma série de competências nos futuros profissionais que só se adquirem “através de um percurso diverso que se faz, por exemplo, com a passagem pelos núcleos de estudantes”. “Perguntamos a vários antigos alunos do Técnico, hoje em dia profissionais de várias áreas, que conselhos dariam a alunos de primeiro ano que lhes fossem úteis para o percurso profissional futuro e a resposta passou sempre por isto: integrar os núcleos de alunos”, partilhava o vice-presidente do Técnico.
Mas porque o testemunho é sempre mais válido quando parte de um outro aluno, convocaram-se os melhores reforços para salientar quão enriquecedora é a passagem pelos diversos projetos extra-curriculares . Catarina Amaro (NEECIST), Vicente Pinto (TUIST), Gil Coelho (Junitec), Cristina Pinto (NEB) e Henrique Karas (FST Lisboa) foram os conselheiros e porta-vozes de uma experiência que implica trabalho e dedicação, mas cujo retorno chega em dose dupla. Divididos aleatoriamente por duas mesas, e depois de explicarem um bocadinho a génese do trabalho que cada núcleo desenvolve e de tentarem perceber os interesses e receios dos alunos de primeiro ano que os ouviam atentamente, os estudantes mais velhos tentaram dissipar medos sem ferir suscetibilidades. O tempo, os conhecimentos que não detêm, o receio de entrar em campos desconhecidos ou de prejudicar o rendimento académico iam sendo desvendados como os principais motivos que levam os alunos mais novos a repensar a entrada num projeto destes. À sua espera cada receio tinha uma resposta pronta e avassaladora. “Na FST Lisboa o nosso principal objetivo é formar pessoas, exportar bons engenheiros. E trabalhamos muito, mas também nos divertimos imenso”, destacava o líder da equipa de Formula Student. “No Técnico vocês podem escolher o vosso caminho, a vossa combinação de sucesso”, assinalava posteriormente.
Relatando um pouco do que o percurso individual de cada um e lembrando como chegaram aos núcleos de alunos, os representantes iam partilhando alguns episódios vividos neste ambiente colaborativo dos núcleos e que os foram acrescentando enquanto alunos e futuros profissionais. “Nestes grupos consegues aprender coisas novas sobre ti que provavelmente não descobrias num percurso normal”, vincava Vicente Pinto. Na mesma mesa, Catarina Amaro prosseguia a mesma ideia lembrando uma quantidade infindável de coisas que “nunca me teriam acontecido, e que eu nunca teria aprendido, se eu não tivesse entrado para o núcleo”.
A entreajuda, a evolução pessoal, a abertura para comunicar, a ausência de hierarquias, o valor das ideias novas, e o bichinho que os núcleos ajudam a descobrir iam sendo salientadas por cada um dos alunos mais velhos. “Quando estás durante muito tempo a trabalhar para atingir objetivos comuns crias laços muito fortes. E é curioso, mas quando eu tenho um bocadinho de tempo, automaticamente eu vou para a Junitec porque é onde eu me sinto em casa, onde eu tenho as minhas pessoas”, confessava Gil Coelho. Na mesa ao lado, a mesma ideia ia sendo perseguida, e muitas foram as vezes em que no guião de mais-valias se elencaram as amizades.
Volta não volta, o tempo- uma variável muito importante para os alunos do Técnico- vinha à conversa, mas rapidamente se destruía essa barreira com argumentos irrefutáveis. “Toda a gente tem o mesmo tempo. Há que saber abdicar de umas coisas e de outras. Haverá um retorno dessas escolhas”, assinalava Henrique Karas. Gil Coelho apressava-se a completar a ideias: “Não vos vamos mentir. Os núcleos requerem horas, mas é nesse processo de gestão de trabalho que se vão tornar muito mais eficazes e bem-sucedidos a gerir o vosso tempo”. “Teres menos tempo não quer dizer que faças menos. O tempo torna-se muito mais produtivo”, rematava Cristina Pinto.
Depois de algum tempo a trocar dicas de futuro e a revelar janelas para uma vista diferente durante a passagem pelo Técnico, o professor Luís Caldas de Oliveira convidava os participantes a apontarem um leque de prós e contras que caraterizam a passagem pelos núcleos de alunos. Perante uma listagem de motivos que, de forma mais ou menos premente, afastam os alunos do primeiro ano destes grupos de trabalho, José Moniz (PSEM) – que, entretanto, se juntara à sessão- afirmava: “Qualquer um de nós, num ápice, consegue transformar cada um desses contras em dois bons motivos para se juntarem aos nossos núcleos”. E assim foi.
No final, já com pouca margem para contra-argumentar, questionavam-se datas e processos de recrutamento, apontavam-se contactos e agradecia-se “o abre olhos”.