Vestem azul ciano, circulam em grupos e estão por todo o lado. 210 jovens com idades entre os 12 e os 15 anos vieram descobrir o que se faz no Técnico, na semana em que a Universidade de Lisboa (ULisboa) abriu as portas das suas 18 escolas aos estudantes do 3.º ciclo do ensino básico, através da iniciativa “Verão na Ulisboa”. Entre 3 e 7 de julho os campi Alameda e Taguspark foram a Escola deles.
Chegaram ao Técnico com diferentes motivações, desde decidir o que estudar no futuro a perceber melhor os mistérios da ciência. Ao segundo dia, até quem veio “obrigada pela mãe” como Madalena ou por sugestão da mesma, como Eliana, já gostava e admitia “está a ser giro”.
Se as experiências propostas pelo Núcleo de Estudantes de Física, no campus Alameda, eram “interessantes”, pela sua diversidade, como explicou João de 13 anos – e até deram lugar a verdadeiros braços de ferro entre adolescentes e rodas de bicicleta causados pela lei da inércia – a “versatilidade” das ciências biomédicas não passou despercebida com “uma invenção para impedir ou curar o crescimento de um osso extra no crânio dos jovens”.
Construir videojogos estará ao alcance de todos: vê-se um tutorial, cria-se o jogo base e adicionam-se objetos ao mesmo (moedas, inimigos, baús prémios). Ultrapassados os níveis, jogo feito. Leonor e Francisco vieram ao campus Taguspark ver se seria mesmo assim. “Tinha curiosidade em vir conhecer o Técnico. Acho que os sistemas trabalhados aqui, como os videojogos e a codificação são do meu interesse”. Para Leonor esta foi “uma boa oportunidade para experimentar” e averiguar se se “adequa às tecnologias”. Com a mudança de ciclo à porta, ambos iniciam o ensino secundário em setembro, vir ao Técnico pode ajudar na indecisão quanto ao “curso a escolher”.
Do Verão na ULisboa fazem também parte os monitores. Muitos são repetentes, como Inês Pereira, estudante de Gestão e Engenharia Industrial no Técnico. Voltou pelo “envolvimento e troca de experiências entre monitores e participantes”. Considera que envergar a camisola cinzenta e liderar os pelotões mais jovens “é muito gratificante e desafiante”. Outros estiveram, em tempos, do lado de lá da barricada. Diogo Ralo, aluno de Engenharia Eletrónica, é disso exemplo: “já fui participante e sinto que ajuda muito a esclarecer ideias. Existem tantos cursos, tantas universidades, tantas áreas que se torna difícil escolher”.
A encerrar a passagem pela Escola, vários rockets, desenvolvidos na atividade dinamizada pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeroespacial (AEROTEC) sobrevoaram a Alameda do Técnico a fazer lembrar os foguetes de fim de curso (Episódio 72 – A Cana dos Foguetes | 110 Histórias, 110 Objetos). Enquanto isso, no campus Taguspark, os diplomas eram entregues na presença das famílias, com fotografias de todos os grupos, para mais tarde recordar.
As despedidas ficaram a cargo de Rogério Colaço. Entre vivas aos monitores, o Presidente do Instituto Superior Técnico fez votos para que os aprendizes se encontrem “daqui a uns anos quando vierem estudar para o Técnico”.
Os perto de 210 participantes do Verão na ULisboa, que o Instituto Superior Técnico recebeu nesta primeira semana, puderam usufruir de atividades nas áreas de Empreendedorismo, Física, Arquitetura, passando pela engenharias Aeroespacial, Mecânica, Informática, entre outras. Na próxima semana, entre 10 e 14, os dois campi do Técnico recebem cerca de 230 estudantes do Ensino Secundário.