A professora Fátima Montemor, vice-presidente do Técnico para a Investigação e Assuntos Internacionais, docente do Departamento de Engenharia Química(DEQ) e investigadora do Centro de Química Estrutural(CQE) irá ser agraciada com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Mons (Bélgica).
“Sinto-me extremamente honrada e obviamente muito feliz e orgulhosa com esta distinção”, declara a vice-presidente do Técnico. “Especialmente porque fui surpreendida com o convite, uma vez que desconhecia esta intenção, e porque fui selecionada de entre uma longa lista de nomes que foram propostos pelas diferentes faculdades que compõem esta Universidade”, acrescenta, em seguida.
O nome da docente do DEQ foi proposto pela Faculdade de Engenharia, fundada em 1837, e que em 2009 se fundiu com a Universidade de Mons-Hainaut, dando origem à Universidade de Mons. A professora Fátima Montemor sublinha a longa tradição desta faculdade “nas mesmas áreas de atuação do Técnico, sendo uma das escolas mais fortes na área da Engenharia na Bélgica”. “Está muito bem classificada nos rankings em áreas que me são próximas – Engenharia Química e Engenharia de Materiais”, denota a investigadora do CQE.
A colaboração da professora Fátima Montemor com a Faculdade de Engenharia é definida pela própria como “sólida”, algo que certamente influenciou esta distinção. “Tenho colaborado ao nível do exchange de estudantes, participação em júris de teses ou convites para lições em workshops, open days ou outros eventos”, evidencia a vice-presidente do Técnico. A ligação vai muito para além disso, e é robustecida com uma colaboração estreita com colegas desta escola “no sentido de dinamizar a comunidade Europeia e Internacional em determinadas temáticas ligadas à minha área de investigação, e de disseminar o que melhor se faz em termos de ciência nas nossas escolas”.
Tal como realça a docente do DEQ “isto tem criado uma grande confiança e uma cooperação muito sólida, que visa mais do que a simples colaboração científica, dado que os objetivos são muito mais ambiciosos do que os meros interesses científicos pessoais”. “Acho que este objetivo, mais lato, voluntário e generoso para com a comunidade científica tem cimentado um forte respeito mútuo entre os envolvidos”, sublinha a professora Fátima Montemor.
A vice-presidente do Técnico considera que esta distinção é sem dúvida o maior reconhecimento que um docente pode receber. “Na realidade é um forte motivo de orgulho saber que o nosso trabalho, a nossa generosidade e tempo dedicado à motivação da comunidade científica é reconhecido deste modo”, destaca.
O facto de esta distinção não ser procurada e ser, sim, o reflexo da entrega e da paixão com que conduz a sua carreira, tornam este reconhecimento ainda mais especial para a professora Fátima Montemor. “Existem coisas que fazemos, porque gostamos, porque somos apaixonados pela ciência e queremos partilhar com os outros esse entusiasmo. Tipicamente essas atividades são pensadas para a comunidade, para ajudar os alunos e os jovens investigadores, para dinamizar as nossas áreas temáticas de trabalho e para fortalecer os laços entre países e entre grupos de investigação”, afirma a professora Fátima Montemor. “É uma sensação muito boa ver esse trabalho ser recompensado e reconhecido deste modo. Saber que somos os ‘escolhidos’ de entre uma longa lista de nomes sonantes deixa-nos francamente orgulhosos. Não foi algo que procurei; foi-me concedido. É sem dúvida uma grande honra”, colmata.
A cerimónia de atribuição do Doutoramento Honoris Causa está agendada para dia 11 de maio, mas devido ao contexto pandémico poderá vir a ser adiada.
A professora Fátima Montemor licenciou-se em Engenharia Química no Técnico em 1989, tendo concluído o seu doutoramento também em Engenharia Química em 1995. É professora catedrática do DEQ e investigadora do CQE e assume atualmente o cargo de vice-presidente do Técnico para a Investigação e Assuntos Internacionais.
Os seus interesses científicos centram-se no desenvolvimento de revestimentos funcionais para proteção e funcionalização de superfícies, nomeadamente novos revestimentos autorreparáveis inteligentes (smart self-healing coatings) com aplicação na indústria automóvel, aeronáutica e offshore, revestimentos biodegradáveis para funcionalização e proteção de implantes metálicos, revestimentos protetores para aplicações na área das telecomunicações e eletrónica e novos revestimentos de elevada área superficial e capacidade específica para armazenamento de energia. É autora de 260 artigos científicos e uma das investigadoras do Técnico que faz parte das listas dos cientistas mais citados a nível mundial na sua área de investigação.