Campus e Comunidade

Acolhimento de novos professores e investigadores celebrado na 10.ª edição do Shaping the Future do Técnico

Ao longo de uma década, programa tem contribuído para a adaptação de novos profissionais à cultura da Escola, auxiliando-os no desenvolvimento de carreira.

À décima vez, foi em Caparide, entre 30 de junho e 2 de julho, organizado para 37 professores e investigadores. Contou com palestras, workshops, dezenas de horas de programação e até com bolo no final, para assinalar a primeira década de existência. O programa Shaping the Future continua a oferecer formação e a facilitar a adaptação dos novos docentes e investigadores do Instituto Superior Técnico, potenciando o seu rendimento profissional e académico e procurando transmitir-lhes os valores da instituição.

“Ensinar é sobre tocar as pessoas e inspirá-las; não é sobre a matéria que damos”, defendeu Rogério Colaço, presidente do Técnico, num discurso para os participantes no evento. “Não nos podemos esquecer de que quem temos à frente, os estudantes, estão num estado transitório – não são estudantes, estão estudantes. Têm de ser respeitados e vão levar-nos consigo para o resto das suas vidas”, prosseguiu o docente, que “esper[a] que todos [os presentes] venham a ser grandes professores”. O presidente do Técnico deixou ainda uma saudação à edição mais paritária do workshop Shaping the Future até à data, contando-se 19 mulheres e 18 homens integrados na iniciativa.

Ao longo dos três dias, a calendarização abordou tópicos como a liderança académica, o impacto positivo de um período de sabática, o equilíbrio entre o ensino e a componente de investigação e a instrumentalização da inteligência artificial a favor da docência, entre outros. Os coordenadores, diretores, presidentes e responsáveis dos vários órgãos e serviços do Técnico surgiram ainda (tanto em vídeo como presencialmente), informando quanto às suas competências e de que forma poderão ser úteis a quem agora inicia a sua carreira académica e científica na Escola.

Investigadora do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR Lisboa) e agora professora da área de sistemas, decisão e controlo, Catarina Barata tem já um percurso diversificado no Técnico, tendo também sido aluna da Licenciatura e Mestrado em Engenharia Biomédica. Passar de aluna a professora “foi uma experiência muito interessante”, uma vez que sente que consegue “criar algumas pontes com [os estudantes]”. Da programação, destacou o seminário ministrado pela física Petra Rudolf, que apelidou de “empoderador” por mostrar o exemplo de uma mulher que ingressou na carreira de ensino aos 40 anos de idade.  Referindo-se às oportunidades de contacto durante o evento, “é sempre muito positivo ouvir a perspetiva” de colegas docentes, onde reside um dos pontos fortes do Shaping the Future, “uma iniciativa a manter”.

Fábio Augusto Faria sentiu-se igualmente inspirado pela palestra de Petra Rudolf. “Se eu tivesse assistido [a esta apresentação] há dez anos, a minha vida profissional teria sido completamente diferente, sem dúvida alguma”, defendeu com entusiasmo. O professor do Técnico oriundo do Brasil leciona agora na área da inteligência artificial e destacou as “oportunidades de crescimento profissional” oferecidas pela Escola e “a qualidade do trabalho” desenvolvido, como resultado. Quanto ao Shaping the Future, a iniciativa “é essencial para o novo docente ou investigador – é uma bela reflexão para que o funcionário entenda ‘o todo’, o funcionamento e os valores da instituição”.

Numa das pausas entre palestras, com o Centro de Caparide a fervilhar com membros recém-integrados na comunidade escolar, entre cafés e miniaturas de pastéis de nata, Gerardo Vargas partilha a sua satisfação pela nova etapa profissional e pessoal de se tornar docente no Técnico. “Estou muito feliz aqui e sinto que o ambiente é ótimo”, anuncia o professor de nacionalidade mexicana, que leciona as áreas de probabilidade e estatística no Campus Oeiras (“muito bonito”, com estudantes “muito empenhados”). Já palmilhou muito do mundo, com um doutoramento feito no Brasil e um pós-doutoramento no Canadá, mas não deixa de destacar a proficiência que encontrou em Portugal. “Tenho ótima impressão do Técnico – acho que é bem sabido que os seus estudantes são muito bons e tenho ideia de que os investigadores portugueses estão muito bem preparados”.

Mais tarde, o almoço num edifício vizinho foi mais uma oportunidade para conhecer colegas novos e trocar experiências. Ainda no exterior, pouco depois de integrar a foto de grupo, Luís Lemos Alves partilha um pouco dos bastidores deste programa de apoio aos professores e investigadores do Técnico.

Atendendo à sigla formada, o Coordenador do Acompanhamento e Desenvolvimento dos Docentes e Investigadores do Técnico é semelhante a um “CADDIe”. Tal como no golfe, o seu papel é acompanhar e auxiliar os professores, não sendo a figura central nas funções destes. Luís Lemos Alves é quem traça a metáfora, sendo também o coordenador do programa Shaping the Future a par da organização do workshop de três dias em Caparide. Nas suas palavras, o Técnico está, através deste programa, “a investir e a fazer um esforço muito consciente para ajudar o desenvolvimento da carreira destas pessoas”. O docente recorda que, a par do workshop anual, o Shaping the Future inclui também uma componente de financiamento, “de ajuda aos professores e investigadores no arranque do seu período experimental”, e outra de mentoria, com “cada um deles [a ter] um mentor designado que os acompanha e ajuda no desenvolvimento da carreira”.

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